O golfinho Nariz de Garrafa Comum está presente em todos os oceanos, em regiões temperadas, subtropicais e tropicais. Frequentem tanto águas costeiras como oceânicas.
O golfinho Nariz de Garrafa Comum está presente em todos os oceanos, em regiões temperadas, subtropicais e tropicais. Frequentem tanto águas costeiras como oceânicas.
Quando você pensa em golfinhos, qual é a imagem que vem em sua cabeça? Com certeza é a de um golfinho Nariz de Garrafa. Eles são famosos no mundo inteiro. Já foram estrelas de cinema, são os escolhidos para apresentações em aquários e para estudos diversos.
Tudo isso porque eles são muito carismáticos e inteligentes. O formato do rosto deles faz parecer que estão sempre sorrindo, além de ser considerado o golfinho mais inteligente de todas as espécies. O cérebro deles são maiores do que os nossos.
Assim como todas as espécies de golfinhos eles vivem em grupos, não são migratórios, costumam frequentar águas costeiras e são super sociáveis, tanto entre eles como com outros animais e humanos. Eles adoram nadar na proa das embarcações, surfando em suas ondas.
Eles estão classificados como “pouco preocupante” pela lista vermelha da IUCN. A sua população está estimada em mais de 600 mil indivíduos pelo mundo todo. A sua expectativa de vida está entre 40 e 50 anos.
Alimentação
Por estarem presentes no mundo todo, a sua dieta pode variar conforme a disponibilidade local, mas geralmente se alimentam de peixes pequenos, lulas, polvos, crustáceos e enguias.
Já foram vistos ao redor de embarcações de pescas esperando para se alimentar das sobras.
Utilizam a ecolocalização para rastrear as suas presas.
São comumente vistos caçando em cooperação. Utilizam diversos métodos de caça dependendo da região onde habitam, podem cercar o cardume formando uma bola de comida (bait ball) ou até mesmo encurralá-los na praia.
Respiração
Os golfinhos são mamíferos, portanto possuem pulmões e respiram ar. A sua respiração é mais tímida, eles não fazem o borrifo igual a baleia, mas também possuem o orifício respiratório.
Eles conseguem ficar submersos por até 20 minutos com apenas uma respiração, mas normalmente respiram de 2 a 3 vezes por minuto.
Reprodução
A gestação dura em torno 12 meses, nascendo normalmente um único filhote. O intervalo entre as gestações é de 3 a 6 anos.
Os filhotes nascem pesando de 15 a 30 kg e medindo cerca de 1m de comprimento.
Esta espécie pratica a poligamia. Um macho pode engravidar diferentes fêmeas. Os machos podem formar alianças para procurar suas parceiras.
As relações sexuais não são exclusivamente para reprodução, eles podem fazer somente por prazer.
O desmame ocorre entre 18 e 20 meses após o nascimento.
A maturidade sexual varia entre 8 e 13 anos para os machos e 5 e 10 para as fêmeas.
Morfologia
O seu tamanho quando adulto pode variar entre 2 e 4 metros de comprimento, pesando de 200 a 400 kg, podendo chegar até 500 kg. Os machos são ligeiramente maiores.
A sua coloração pode variar desde creme a cinza com o ventre (parte de baixo) mais claro que o dorso (parte de cima).
Possuem cerca de 18 a 27 pares de dentes em formato cônico na mandíbula e maxilar.
O seu corpo possui um formato bem hidrodinâmico, perfeito para deslizar rapidamente pela água.
A nadadeira dorsal é alta, falcada, e posicionada no centro do corpo. É formada por tecido conjuntivo, não possui osso e nem músculo.
O “bico” é curto e largo, lembrando o formato de uma garrafa, é justamente daí que se originou o seu nome popular, apesar de ali não ser o seu nariz, o mesmo está localizado próximo ao orifício respiratório.
Comportamento
A estrutura social é bem complexa, se organizando por sexo, idade, parentesco, condição reprodutiva, tamanho e assim vai. Quando se trata de dominância, o tamanho é o principal fator, não importando o sexo. Em uma situação de perigo, os menores se concentram no centro do grupo.
Possuem sentido de ecolocalização, onde conseguem localizar sua presa ou objeto, se estão em movimento, textura, densidade e tamanho. Produzem um estalo de alta frequência que viaja pela água, esse som ao atingir um objeto é refletido de volta na forma de eco, absorvido e enviado para o cérebro.
São ótimos nadadores, com atividade bem ativa próximo a superfície. Eles saltam com bastante frequência, muitas vezes projetando o corpo todo fora da água.
É comum ver esta espécie se movimentando com outras espécies de golfinhos sem nenhum conflito entre eles.
Normalmente formam grupos com cerca de 15 indivíduos, mas já foram registrados grupos com mais de 100. Ocasionalmente podem formar grupos com mais de 1 mil por períodos curtos.
Se comunicam através de sons, emitindo estalos e assobios. Também utilizam a linguagem corporal para se comunicar, dando saltos, mordendo as mandíbulas, batidas de nadadeira e cabeça.
Em algumas regiões foram observados caçando em cooperação com pescadores.
O que fazer quando avistar um golfinho
Hey, fique ligado, se você está a bordo de uma embarcação própria, existem regras internacionais de aproximação que precisam ser respeitadas, tanto para a sua segurança como delas.
Dê uma olhada nesta ilustração:
Para mais informações sobre interações aquáticas por nadadores, mergulhadores, caiaques, stand up paddle (SUP) e afins, embarcações não motorizadas, interações aéreas e demais informações, segue link para download do “Manual de boas práticas em interação com mamíferos marinhos” desenvolvido pelo ICMBio.
O que fazer quando encontrar um golfinho encalhado
Independente se ele está vivo ou morto, ligue imediatamente para os órgãos competentes. Aqui em nosso litoral, cobrindo a área de São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba, é o “Instituto Argonauta”. Eles irão te passar orientações sobre o que fazer e uma equipe de resgate especializada comparecerá no local.
Segue algumas orientações básicas para seguir enquanto aguarda a chegada da equipe:
Se o golfinho estiver morto
Não toque o animal. O processo de decomposição já se iniciou, e indiferente se está em uma fase inicial ou já avançada, ele pode conter vírus, bactérias, parasitas e afins que podem te transmitir doenças.
Isole a área e mantenha as pessoas afastadas, orientando-as sobre os perigos de se aproximar e tocá-lo.
Por mais que o animal já esteja morto é importante que a equipe de resgate vá ao local. Eles irão coletar diversos dados que podem ajudar a evitar futuras mortes.
Se o golfinho estiver vivo
Caso ele esteja no raso, bem ativo e se debatendo bastante, não se aproxime, se afaste e espere que provavelmente ele irá encalhar na areia. Não tente empurrá-lo para o fundo.
Se ele estiver no raso, bem calmo, e sem se debater, o ideal é se aproximar com calma e sentir como o animal irá reagir. Se ele continuar calmo, peça a ajuda de outras pessoas. Posicione uma pessoa de cada lado dele segurando o seu corpo por baixo, evitando que o orifício respiratório fique submerso. Peça que uma terceira pessoa busque um guarda-sol para protegê-lo do sol. Uma quarta pessoa pode pegar uma toalha, molhar na água do mar e manter a pele do golfinho úmida, tomando o cuidado para não tampar o orifício respiratório. Espera até a equipe especializada chegar.
Na situação de estar encalhado na areia: cave um buraco em cada lado do seu corpo para acomodar as suas nadadeiras laterais; proteja-o do sol com algum tipo de cobertura; pegue uma toalha, molhe na água do mar e mantenha a sua pele sempre úmida, tomando o cuidado para não tampar o orifício respiratório; se possível isole a área e mantenha as pessoas a uma distância segura.
Não é recomendado em nenhuma situação tentar devolvê-lo para a água, por mais que pareça óbvio, principalmente quando ele está se debatendo, parecendo que está querendo ir para a água. Lembre-se, os golfinhos possuem pulmão e respiram ar como nós, se ele está debilitado pode não conseguir respirar normalmente, levando ao afogando e morte. Ele terá mais chances de sobreviver se for bem cuidado e avaliado por especialistas que podem ajudar da melhor maneira possível.
Tome muito cuidado ao se aproximar para manuseá-lo, só faça isso se estiver se sentindo seguro e preparado. A sua segurança deverá sempre estar em primeiro lugar. Golfinhos são animais fortes, com apenas um golpe eles podem quebrar os seus ossos ou causar uma hemorragia interna.
A pele do golfinho é sensível, se for o caso de precisar manuseá-lo retire anéis, pulseiras, relógios, zíper de roupas ou qualquer outro material que possa machucá-los.
Use máscara. Golfinhos são mamíferos e podem transmitir doenças para nós, assim como nós também podemos transmitir para eles.
Instituto Argonauta
(12) 3833-4863
(12) 3833-5753
(12) 3834-1382 (Aquário Ubatuba – disque 7 no menu principal)
0800 642 3341
Referências bibliográficas
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