Golfinho nariz de garrafa

O golfinho Nariz de Garrafa Comum está presente em todos os oceanos, em regiões temperadas, subtropicais e tropicais. Frequentem tanto águas costeiras como oceânicas. 

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Regis Bossolan

O golfinho Nariz de Garrafa Comum está presente em todos os oceanos, em regiões temperadas, subtropicais e tropicais. Frequentem tanto águas costeiras como oceânicas. 

Quando você pensa em golfinhos, qual é a imagem que vem em sua cabeça? Com certeza é a de um golfinho Nariz de Garrafa. Eles são famosos no mundo inteiro. Já foram estrelas de cinema, são os escolhidos para apresentações em aquários e para estudos diversos. 

Tudo isso porque eles são muito carismáticos e inteligentes. O formato do rosto deles faz parecer que estão sempre sorrindo, além de ser considerado o golfinho mais inteligente de todas as espécies. O cérebro deles são maiores do que os nossos. 

Assim como todas as espécies de golfinhos eles vivem em grupos, não são migratórios, costumam frequentar águas costeiras e são super sociáveis, tanto entre eles como com outros animais e humanos. Eles adoram nadar na proa das embarcações, surfando em suas ondas. 

Eles estão classificados como “pouco preocupante” pela lista vermelha da IUCN. A sua população está estimada em mais de 600 mil indivíduos pelo mundo todo. A sua expectativa de vida está entre 40 e 50 anos. 

 

Alimentação 

  • Por estarem presentes no mundo todo, a sua dieta pode variar conforme a disponibilidade local, mas geralmente se alimentam de peixes pequenos, lulas, polvos, crustáceos e enguias. 

  • Já foram vistos ao redor de embarcações de pescas esperando para se alimentar das sobras. 

  • Utilizam a ecolocalização para rastrear as suas presas. 

  • São comumente vistos caçando em cooperação. Utilizam diversos métodos de caça dependendo da região onde habitam, podem cercar o cardume formando uma bola de comida (bait ball) ou até mesmo encurralá-los na praia. 

 

Respiração 

  • Os golfinhos são mamíferos, portanto possuem pulmões e respiram ar. A sua respiração é mais tímida, eles não fazem o borrifo igual a baleia, mas também possuem o orifício respiratório. 

  • Eles conseguem ficar submersos por até 20 minutos com apenas uma respiração, mas normalmente respiram de 2 a 3 vezes por minuto. 

 

Reprodução 

  • A gestação dura em torno 12 meses, nascendo normalmente um único filhote. O intervalo entre as gestações é de 3 a 6 anos. 

  • Os filhotes nascem pesando de 15 a 30 kg e medindo cerca de 1m de comprimento. 

  • Esta espécie pratica a poligamia. Um macho pode engravidar diferentes fêmeas. Os machos podem formar alianças para procurar suas parceiras. 

  • As relações sexuais não são exclusivamente para reprodução, eles podem fazer somente por prazer. 

  • O desmame ocorre entre 18 e 20 meses após o nascimento. 

  • A maturidade sexual varia entre 8 e 13 anos para os machos e 5 e 10 para as fêmeas. 

 

Morfologia 

  • O seu tamanho quando adulto pode variar entre 2 e 4 metros de comprimento, pesando de 200 a 400 kg, podendo chegar até 500 kg. Os machos são ligeiramente maiores. 

  • A sua coloração pode variar desde creme a cinza com o ventre (parte de baixo) mais claro que o dorso (parte de cima).  

  • Possuem cerca de 18 a 27 pares de dentes em formato cônico na mandíbula e maxilar. 

  • O seu corpo possui um formato bem hidrodinâmico, perfeito para deslizar rapidamente pela água. 

  • A nadadeira dorsal é alta, falcada, e posicionada no centro do corpo. É formada por tecido conjuntivo, não possui osso e nem músculo. 

  • O “bico” é curto e largo, lembrando o formato de uma garrafa, é justamente daí que se originou o seu nome popular, apesar de ali não ser o seu nariz, o mesmo está localizado próximo ao orifício respiratório. 

 

Comportamento 

  • A estrutura social é bem complexa, se organizando por sexo, idade, parentesco, condição reprodutiva, tamanho e assim vai. Quando se trata de dominância, o tamanho é o principal fator, não importando o sexo. Em uma situação de perigo, os menores se concentram no centro do grupo. 

  • Possuem sentido de ecolocalização, onde conseguem localizar sua presa ou objeto, se estão em movimento, textura, densidade e tamanho. Produzem um estalo de alta frequência que viaja pela água, esse som ao atingir um objeto é refletido de volta na forma de eco, absorvido e enviado para o cérebro. 

  • São ótimos nadadores, com atividade bem ativa próximo a superfície. Eles saltam com bastante frequência, muitas vezes projetando o corpo todo fora da água. 

  • É comum ver esta espécie se movimentando com outras espécies de golfinhos sem nenhum conflito entre eles. 

  • Normalmente formam grupos com cerca de 15 indivíduos, mas já foram registrados grupos com mais de 100. Ocasionalmente podem formar grupos com mais de 1 mil por períodos curtos. 

  • Se comunicam através de sons, emitindo estalos e assobios. Também utilizam a linguagem corporal para se comunicar, dando saltos, mordendo as mandíbulas, batidas de nadadeira e cabeça. 

  • Em algumas regiões foram observados caçando em cooperação com pescadores. 

 

O que fazer quando avistar um golfinho 

Hey, fique ligado, se você está a bordo de uma embarcação própria, existem regras internacionais de aproximação que precisam ser respeitadas, tanto para a sua segurança como delas. 

Dê uma olhada nesta ilustração: 

  

 

Para mais informações sobre interações aquáticas por nadadores, mergulhadores, caiaques, stand up paddle (SUP) e afins, embarcações não motorizadas, interações aéreas e demais informações, segue link para download do “Manual de boas práticas em interação com mamíferos marinhos” desenvolvido pelo ICMBio. 

 

O que fazer quando encontrar um golfinho encalhado 

Independente se ele está vivo ou morto, ligue imediatamente para os órgãos competentes. Aqui em nosso litoral, cobrindo a área de São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba, é o “Instituto Argonauta”. Eles irão te passar orientações sobre o que fazer e uma equipe de resgate especializada comparecerá no local. 

Segue algumas orientações básicas para seguir enquanto aguarda a chegada da equipe: 

 

Se o golfinho estiver morto 

  • Não toque o animal. O processo de decomposição já se iniciou, e indiferente se está em uma fase inicial ou já avançada, ele pode conter vírus, bactérias, parasitas e afins que podem te transmitir doenças.  

  • Isole a área e mantenha as pessoas afastadas, orientando-as sobre os perigos de se aproximar e tocá-lo. 

  • Por mais que o animal já esteja morto é importante que a equipe de resgate vá ao local. Eles irão coletar diversos dados que podem ajudar a evitar futuras mortes. 

 

Se o golfinho estiver vivo 

  • Caso ele esteja no raso, bem ativo e se debatendo bastante, não se aproxime, se afaste e espere que provavelmente ele irá encalhar na areia. Não tente empurrá-lo para o fundo. 

  • Se ele estiver no raso, bem calmo, e sem se debater, o ideal é se aproximar com calma e sentir como o animal irá reagir. Se ele continuar calmo, peça a ajuda de outras pessoas. Posicione uma pessoa de cada lado dele segurando o seu corpo por baixo, evitando que o orifício respiratório fique submerso. Peça que uma terceira pessoa busque um guarda-sol para protegê-lo do sol. Uma quarta pessoa pode pegar uma toalha, molhar na água do mar e manter a pele do golfinho úmida, tomando o cuidado para não tampar o orifício respiratório. Espera até a equipe especializada chegar. 

  • Na situação de estar encalhado na areia: cave um buraco em cada lado do seu corpo para acomodar as suas nadadeiras laterais; proteja-o do sol com algum tipo de cobertura; pegue uma toalha, molhe na água do mar e mantenha a sua pele sempre úmida, tomando o cuidado para não tampar o orifício respiratório; se possível isole a área e mantenha as pessoas a uma distância segura.  

  • Não é recomendado em nenhuma situação tentar devolvê-lo para a água, por mais que pareça óbvio, principalmente quando ele está se debatendo, parecendo que está querendo ir para a água. Lembre-se, os golfinhos possuem pulmão e respiram ar como nós, se ele está debilitado pode não conseguir respirar normalmente, levando ao afogando e morte. Ele terá mais chances de sobreviver se for bem cuidado e avaliado por especialistas que podem ajudar da melhor maneira possível. 

  • Tome muito cuidado ao se aproximar para manuseá-lo, só faça isso se estiver se sentindo seguro e preparado. A sua segurança deverá sempre estar em primeiro lugar. Golfinhos são animais fortes, com apenas um golpe eles podem quebrar os seus ossos ou causar uma hemorragia interna. 

  • A pele do golfinho é sensível, se for o caso de precisar manuseá-lo retire anéis, pulseiras, relógios, zíper de roupas ou qualquer outro material que possa machucá-los. 

  • Use máscara. Golfinhos são mamíferos e podem transmitir doenças para nós, assim como nós também podemos transmitir para eles. 

 

Instituto Argonauta 

(12) 3833-4863 

(12) 3833-5753 

(12) 3834-1382 (Aquário Ubatuba – disque 7 no menu principal) 

0800 642 3341 

 

 

Referências bibliográficas 

 

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