Dados da Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo confirmam eficiência de Ilhabela no combate à pandemia da covid-19
Desde março de 2020, quando os primeiros casos suspeitos de COVID-19 começaram a surgir no município de Ilhabela, a Secretaria de Saúde começou a adotar as medidas de enfrentamento necessárias, como a realização de testes de diagnósticos (RT-PCR e sorológicos), isolamento domiciliar dos casos suspeitos e contatos, instalação de gripário e de setor de casos respiratórios no Hospital Mario Covas; além da instalação de estrutura adequada de atendimento nas UBS’s e treinamentos das equipes da rede básica e do Hospital.
Pelos dados divulgados pelo Grupo de Vigilância Epidemiológica GVE XXVIII, órgão ligado à Secretaria Estadual de Saúde, responsável pela vigilância dos casos de COVID-19 no Litoral Norte, Ilhabela vem apresentando, desde o início da pandemia, bons resultados no controle da doença.
Os dados são referentes ao acumulado na semana epidemiológica
47 (terminada em 22/11/20).
Verifica-se uma ampla testagem da população ilhabelense (aprox.
34,46% da população de Ilhabela testada em algum momento), reduzindo a subnotificação (visto o número elevado de diagnósticos
feitos) e podendo-se adotar oportunamente as medidas de isolamento dos infectados e fazer o adequado planejamento das ações de combate.
Pelos dados também se percebe que uma pequena parcela dos casos diagnosticados de COVID-19 (2,27%) evoluiu para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), forma mais grave da doença.
Além disso, nota-se uma baixa taxa de letalidade [porcentagem de óbitos dentre o total de infectados] em Ilhabela (0,64%), comparada aos dados da literatura (3 – 5%), do estado (3,4%) e do Brasil (2,8%). No município também se verifica baixa taxa de óbitos por 100 mil habitantes (36,52/100 mil habitantes), ante 89,8/100 mil habitantes no Estado de São Paulo e 80,4/100 mil habitantes no Brasil.
Os dados satisfatórios demonstrados nos gráficos acima devem- se a uma conjuntura de fatores, dentre eles a condutas médicas que estão à luz da ciência, tanto na atenção básica (UBSs) quanto no Hospital Mario Covas Junior, pautadas pelas mais novas evidências científicas disponíveis na literatura médica. Além da adequada estrutura hospitalar como o “gripário”, ala exclusiva para os casos respiratórios, UTI,
fisioterapia respiratória) para o manejo dos casos mais graves e ao controle adequado das comorbidades (ex: hipertensão, diabetes) pelas equipes do Programa de Saúde da Família. Quando tais comorbidades estão descompensadas há um risco maior de evolução para desfechos graves na COVID-19.