Ilhabela sofre consequências da pandemia de coronavírus e registra multiplicação dos casos confirmados
Restrição à balsa evitou explosão ainda maior de casos no arquipélago
Ilhabela, assim como quase todo o mundo sofre as consequências da pandemia de coronavírus, Covid-19. Prova disso é a multiplicação assustadora do número de casos, informada neste sábado (9), pelo secretário de Saúde, Gustavo Barboni.
Segundo a Secretaria de Saúde, a lista do boletim da sexta-feira (8), triplicou e agora o arquipélago tem 27 casos confirmados. E, de acordo com a prefeitura, o número de casos só não está pior porque a prefeita Maria das Graças Ferreira dos Santos Souza, a Gracinha, decretou restrição à balsa para turistas e veranistas.
A medida do isolamento social, tomada com base nas orientações de infectologistas e profissionais de saúde do mundo, é apontada como uma das principais atitudes contra a proliferação do coronavírus. Por isso, o crescimento da curva de proliferação da doença na ilha foi contida ao máximo.
Antes da explosão do número de casos, verificada nos últimos dias, Ilhabela estava em uma situação privilegiada na região, sendo única que ficou por dias sem aumentar o número de confirmados. São Sebastião já estava com mais de 140 casos confirmados até ontem (8).
De acordo com o governo do estado de São Paulo, os números da pandemia são alarmantes (10 mil mortes no Brasil) e a principal preocupação é a saturação do sistema de saúde, que representa a possibilidade de grande dificuldade no atendimento aos pacientes.
No estado, outros números preocupam, como aqueda na taxa de isolamento social nos últimos dias, que em muitas cidades caiu abaixo de 50%, desde o início da quarentena, decretada em março. Segundo o governo estadual, a taxa adequada é de 70%. Outra preocupação é a ocupação atual dos leitos, de quase 100%.
Medidas socioeconômicas
Nesses tempos de pandemia, o arquipélago continua sendo referência positiva no estado de São Paulo e país nas iniciativas socioeconômicas.
Entre as boas práticas, está o socorro ao trabalhador e microempresários vítimas da crise econômica provocada pela Covid-19. A cidade reservou inicialmente R$ 25 milhões para atender, por três meses, as medidas socioeconômicas voltadas ao enfrentamento da crise econômica no período da pandemia.
A cidade foi a única do estado de São Paulo a fazer o lançamento do programa Ilhabela Unida pelo Trabalhador, que prevê o investimento de R$ 25 milhões para assegurar a entrega de um cartão de auxílio ao trabalhador, no valor de R$ 1 045,00, e o pagamento de Auxílio Aluguel Emergencial, de R$ 960,00.
Já foram distribuídos aproximadamente R$ 5 milhões, por meio da entrega de 4500 cartões e 207 auxílio aluguel. Além desses primeiros números, a prefeitura informou que continuará com a liberação de novos socorros.
Como o trabalho e a renda diminuíram, no mundo todo, a prefeitura além de dar total apoio às pessoas, primeiro investindo pesado no Programa Ilhabela Unida pelo Trabalhador, beneficiando milhares pessoas com cartão alimentação, auxílio aluguel e cestas básicas, também destinou recursos às empresas com o Programa Ilhabela Unida pela Geração de Renda, que está propondo subsidiar os funcionários com Vale Alimentação e cestas básicas e isentar ou adiar a cobrança de impostos.
Nos próximos dias, a Câmara deverá aprovar um projeto de lei da prefeitura para atender as empresas com os benefícios possíveis e dentro da legalidade.
Além da iniciativa do projeto de lei, a prefeitura socorreu microempresários por meio de parceria com o Banco do Povo, com empréstimos de R$ 1 milhão em condições especiais.
E preparando-se para a retomada da economia da ilha, a prefeitura lançou o Plano de Retomada Econômica; que não significa voltar ao que era antes, mas se adaptar ao mundo novo; uma retomada organizada e planejada para evitar que o vírus volte a entrar na ilha.